sábado, abril 24, 2010


Borboletas no Estômago

“Eu abro os olhos e você me fita, me olha, talvez até me devore. Eu abro os olhos e lá está você, ainda lá, do mesmo jeito de antes de eu fechar os meus olhos. E então eu percebo o quanto eu te amo, e fico sabendo que se você não estivesse mais lá, eu não teria mais motivo nenhum pra olhar em volta. Procurar você seria inútil, e isso terminaria comigo.
Eu te toco, minha mão no seu rosto é embalada pelos nossos risos leves, risos, quissá, apaixonados. Ainda não entendo como te amar tanto é possível. Essas borboletas no estômago, mas que droga, elas não param nunca quando você está por perto. Cada vez que a sua mão encontra o meu rosto elas voam enlouquecidas em mim. É irritantemente delicioso.”

Abri os olhos e olhei pro lado. Você ainda estava lá, graças a deus. Tenho medo toda vez que me perco nos meus pensamentos, mas mesmo assim, não consigo evitar. Tenho medo de que, quando eu voltar, você já tenha cansado de me ver viajando por aí, pensando longe, fugindo de tudo, tentando achar um lugar só pra nós dois; medo de que você vá embora sem me dizer o porquê ou, ao menos, me dar um tchau.
Nunca fui boa em falar de amor, em sentir amor, em ser amada ou qualquer coisa que se relacione com isso. Mas, infelizmente, “não ser boa” não significa “ser imune a tal sentimento”.
Foi estranho o jeito como você apareceu, tão do nada, apesar de já ter aparecido antes. Eu precisava de um ombro amigo, e te encontrei; precisava urgentemente de alguém que me valorizasse, que me tornasse mais completa comigo e com os outros, e então, eu te olhei, e você também me olhou; precisava dar a alguém esse sentimento que eu tinha em mim, guardado de muitos outros sentimentos, muitas outras decepções, muitos outros desafetos. Você mereceu, porque eu te amei desde sempre. Mas porque não antes? Porque não antes de tudo isso que aconteceu? Talvez porque é pra ser assim.
Sabe, eu nem acreditava que essa coisa de “borboletas no estômago” realmente existisse. Achei que era coisa de gente á toa que não faz nada da vida e fica inventando essas baboseiras pra atazanar quem tem alguma coisa pra fazer. Engano. Percebi isso logo na primeira vez em que você me tocou de verdade. Naquele momento, a única coisa que eu pensei foi “que droga, era tudo verdade”. Coisa estranha, não?
Agora, toda vez que eu acordo, me pergunto como é que eu vivia antes de você, como é que eu aguentava os meus dias sem o teu sorriso ou essa tua pose de machão metido a gostoso que me irrita, mas irritantemente, me alucina, me enlouquece, me faz te amar cada vez mais. Pensando bem, talvez não seja tão mentira assim. Talvez só me irrite porque é realmente verdade.
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